edição e revisão: Cíntia Oliveira*
O câncer de pele se dá devido à multiplicação anormal das células da epiderme. É o tipo mais comum de câncer a atingir a população mundial, sendo o câncer de pele não melanoma o mais recorrente.
Ele ocorre principalmente em pessoas de pele clara, acima de 40 anos de idade, as quais se queimam com facilidade quando se expõem ao sol.
Os raios ultravioleta (UV) emitidos pelo sol têm efeito cumulativo. Sendo assim, os resultados da exposição à radiação UV desde a infância poderão se manifestar em idade adulta.
Quais os fatores de risco do câncer de pele?
A exposição à radiação solar sem o uso de protetor é considerada o principal fator de risco para o câncer de pele, sobretudo a exposição prologada na infância e na adolescência.
Também indivíduos que se submetem a câmaras de bronzeamento podem sofrer danos na pele que irão se desenvolver para um câncer.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são fatores de risco ter a pele e os olhos claros, ter albinismo – uma condição caracterizada pela ausência parcial ou total de melanina – ou vitiligo – doença que envolve a perda de pigmentação da pele.
Também o histórico familiar de câncer de pele e a imunossupressão são aspectos que contribuem para o risco de desenvolvimento da doença.
Pintas ou marcas de nascença são consideradas tumores benignos, mas pessoas com muitos sinais devem se atentar por haver também risco aumentado de desenvolver câncer de pele.
No caso de pintas congênitas, ou seja, de nascença, há um risco maior nos sinais grandes, podendo chegar a 5%.
Tipos de câncer de pele
O câncer ou cancro de pele pode ser do tipo melanoma e não melanoma. Os mais frequentes são:
- Carcinoma basocelular
- carcinoma espinocelular
- Melanoma
O câncer de pele não melanoma mais recorrente é o carcinoma basocelular, que aparece com mais frequência nas regiões do corpo expostas ao sol, como couro cabeludo, pescoço, rosto, orelhas, ombros e costas.
Afetam a camada mais profunda da epiderme e seus sinais se parecem com lesões como psoríase ou eczema. São uma doença de evolução lenta.
É importante se atentar para regiões avermelhadas na pele, irritadas ou com um pequeno inchaço que aumenta gradativamente. Podem coçar ou mesmo se abrir, formando uma crosta, podendo acontecer sangramento.
O carcinoma espinocelular ou epidermóide, por sua vez, atinge as células escamosas, nas camadas superiores da pele. Sua tendência também é a de aparecer em locais do corpo mais expostos ao sol.
Normalmente se apresentam na forma de uma protuberância vermelha, mancha escamosa ou uma ferida crônica, que cicatriza e reabre repetidas vezes. Podem ainda parecer com verrugas. Atinge principalmente as cicatrizes resultantes de queimaduras.
O carcinoma epidermóide é considerado mais grave que o carcinoma espinocelular devido ao risco de metástase – quando o câncer se espalha para outros órgãos do corpo.
Já o câncer de pele melanoma pode surgir em qualquer região do corpo, tanto na pele quanto em mucosas ou dentro dos olhos. Têm propagação rápida, havendo risco de metástase. É um tipo de câncer mais raro e considerado mais grave.
Sinais de alerta
Um sinal para o qual se atentar é a mudança em pinta ou mancha já presente no corpo, podendo ter alguma alteração de forma, cor ou tamanho.
Pintas comuns podem surgir ao longo da infância ou adolescência, mas se aparecem em idade adulta, a recomendação é que seja avaliada por um médico.
Pintas ou manchas assimétricas, com bordas irregulares, que não tenham coloração uniforme, podem ser importantes sinais de alerta para procurar um especialista.
Também lesões na pele, feridas crônicas, que não cicatrizam, inchaço, vermelhidão, coceira ou sensibilidade no local podem ser sintomas do câncer de pele melanoma.
Diagnóstico do câncer de pele
O diagnóstico do câncer de pele é feito por meio da biópsia da região atingida ou com a retirada total da lesão, pinta ou marca.
O tecido coletado, então, será encaminhado para verificação de presença ou não de tumor maligno, por meio de análise das células e do tecido.
Portanto, se durante o autocuidado alguém observar lesões suspeitas deve marcar uma consulta com um dermatologista, profissional de saúde especializado nas enfermidades de pele.
Durante a consulta, antes de decidir por fazer uma biópsia, o dermatologista analisa cuidadosamente as características físicas do sinal na pele. Além disso, pode utilizar o dermatoscópio para a avaliação de lesões pigmentadas.
O médico também poderá apalpar algumas áreas a fim de verificar os gânglios linfáticos, seja na virilha, no pescoço, nas axilas ou na região próxima à lesão. Esse exame físico tem por objetivo verificar indícios de o melanoma ter se disseminado.
Tratamento do câncer de pele
As formas de tratamento variam segundo o tipo de câncer de pele apresentado pela pessoa. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais facilmente o tumor será tratado.
Tumores menores podem ser removidos, havendo técnicas variáveis, como cirurgia de excisão, a laser ou por congelamento com nitrogênio líquido (criocirurgia).
A remoção com frequência inclui também a retirada de uma margem de segurança ao redor do tumor.
O melanoma, a depender de sua extensão e do estágio em que se encontra, pode também ser cirurgicamente removido. Os avanços nos medicamentos disponibilizados para tratamento do câncer de pele melanoma têm contribuído para a melhora nos prognósticos de sobrevida, principalmente em pessoas que têm o câncer detectado de modo precoce.
Contudo, caso tenha ocorrido metástase, as chances de cura reduzem consideravelmente, sendo necessários tratamentos de imunoterapia, terapia direcionada ou quimioterapia.
Em casos nos quais houve metástase nos gânglios linfáticos, os índices de sobrevida de 5 anos podem ser de 25% a 70%, segundo o manual de referência médica MSD.
*Francine Oliveira é redatora, formada em Letras, mestre e doutora em Estudos Literários.
*Cíntia Oliveira é jornalista, especializada em conteúdos de saúde e editora do site Muito Mais Saúde
Referências
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