A gastrite crônica é a inflamação da mucosa que reveste o estômago de forma prolongada, podendo evoluir para outras condições indesejadas como atrofia da mucosa e até mesmo câncer. Por isso, é muito importante saber como tratar naturalmente gastrite crônica.
Ou seja, significa utilizar estratégias seguras para conter a evolução da doença ou até mesmo curá-la, dependendo da causa. A doença pode ter diversas causas: medicamentos, infecções ou ainda causas fisiológicas – como o próprio envelhecimento – ou mermo ser auto-imune.
Alguns sintomas de gastrite são: dor intensa, azia e queimação, além de perda do apetite, sensação de enfartamento. Pode ocorrer ainda náuseas e vômitos ou mesmo não causar qualquer sintoma.
A forma de tratar naturalmente a gastrite crônica inclui: reeducação alimentar, uso de suplementos e fitoterápicos e gestão do estresse. Vamos falar um pouco sobre cada um destes aspectos para você compreender como acabar com a gastrite ou colocá-la em remissão.
Gastrite cronica e reeducação alimentar
O estômago está constantemente recebendo alimentos, por isso tudo o que comemos impacta diretamente na saúde deste órgão. Uma vez que a parede da mucosa está inflamada, deve-se pensar em retirar tudo que vai gerar agressão ou que causa sensação de dor logo que “caem” no estômago.
Nesta categoria estão: bebidas alcoólicas, refrigerantes, açúcar refinado, frituras, alimentos gordurosos, farináceos, industrializados e processados. Todos eles aumentam a inflamação e podem causar dor quando “batem” na parede do estômago.
Na fase de tratamento, a sugestão é retirar completamente determinados alimentos e reintroduzi-los com moderação para observar a reação do estômago a cada um deles. A ideia é fazer uma reeducação alimentar. Ou seja focar em comidas mais saudáveis e menos processadas. Isto porque tudo que contém aditivos químicos, conservantes, aromatizantes, estabilizantes pioram a inflamação da gastrite crônica.
Coma menos
É importante fazer refeições menores para não encher muito o estômago. Isso porque quanto mais comida dentro do estômago, maior a produção de suco gástrico para digerir os alimentos. O melhor é escolher os alimentos e refeições leves.
Lembre-se: comida s pesas deixam a digestão mais lenta que tende a fermentar e a aumentar a acidez. Por conseguinte, desconforto e dor.
Carnes
Em relação ao consumo de proteínas, prefira carnes brancas à carne vermelha, justamente por serem mais mais fáceis de digerir.
Mastigue muito bem os alimentos para facilitar a digestão.
Quanto mais triturados eles caírem no estômago, mais fácil será o trabalho digestivo.
Alimentos frescos
Quem tem gastrite crõnica deve usar diariamente alimentos frescos e naturais como frutas e vegetais. Isto por que, eles são ricos em substâncias antioxidantes que ajudam a desinflamar o organismo e, portanto, a mucosa do estômago.
Gastrite crônica: evite alimentos que irritam a mucosa
Para controlar a gastrite crônica, alimentos ácidos, cítricos, pimenta, cafeína e chás contendo cafeína precisam ser reduzidos ou evitados. Mas atenção: cada organismo é único, portanto cada pessoa vai perceber que alimentos deverá evitar ou mesmo eliminar.
Um boa estratégia para quem gosta muito de determinado alimento e tem gastrite crônica é comer este alimento, chocolate por exemplo, em porções menores e sempre associado a uma refeição.
Cigarro e bebidas alcoólicas
O cigarro piora o quadro da gastrite. Se esta tratando uma gastrite, a indicação é suspender tanto o cigarro quanto as bebidas alcoólicas durante o período de tratamento. Considere seriamente abandonar os hábitos tabágicos.
Melhore a digestão
Se sente que tem dificuldade de fazer digestão, a barriga fica estufada após a refeição e arrota o alimento do almoço no fim da tarde? É possível que tenha baixa produção de ácido clorídrico, o que dificulta a digestão de certos alimentos como a proteína, por exemplo.
Nestes casos, a digestão se torna muito lenta e a comida fica muito tempo parada no estômago. Por isso fermenta, aumentando a acidez. Esse processo piora a inflamação e pode causar dor.
Quando há baixa produção de ácido clorídrico ou de enzimas digestivas, o aconselhado é usar, tanto um quanto o outro, na forma de suplemento, durante ou imediatamente após a refeição. Estes produtos se encontram à venda em farmácias ou lojas especializadas.
A idade é um fator, por exemplo, que condiciona a diminuição de ácido clorídrico e de enzimas digestivas. É muito comum isso acontecer, sobretudo, após os trinta anos, pois há um diminuição fisiológica lenta e progressiva. Procure investigar melhor esta condição ou consulte um profissional de saúde que entenda deste assunto.
Gastrite crônica e estresse
Pessoas que são muito ansiosas ou vivem em constante estresse podem ter o quadro de gastrite crônica agravado. Isso acontece porque a liberação de cortisol e adrenalina diminuem a produção de muco e causam vasoconstrição, diminuindo o fluxo sanguíneo e aumentando a sensibilidade na região do estômago.
O fato é que, o cérebro humano não difere entre o estresse físico e o estresse psicológico. Ele apenas interpreta que a pessoa está numa situação em que precisa “lutar ou fugir para não morrer”.
Portanto concentra toda a energia nas funções primordiais (cérebro, pulmões, coração mais ativos) e o trabalho do estômago fica relegado a segundo plano.
Para manter a gastrite crônica sob controle, além das mudanças alimentares, é importante fazer atividades que ajudem a gerir o estresse e a ansiedade minimizando os seus efeitos negativos.
Caminhadas, yoga, pilates, meditação, grupos de oração ou autoajuda, por exemplo.
Fitoterápicos para gastrite crônica
Um produto fitoterápico funciona como um medicamento só que feito a base de um principio ativo existente em uma determinada planta.
No caso da gastrite crônica, os fitoterápicos agem como uma medicação para promover a cicatrização, aumentar a produção de muco, melhorar a digestão, reduzir a inflamação e a dor.
É a melhor forma de tratar a gastrite crônica, agem como os “prazóis” sem trazer efeitos indesejáveis, desde que usados de forma segura, na dose adequada e tempo certo.
Mais atenção: não é por ser natural que podem ser usados sem controle adequado. Respeite as prescrições para não ter efeitos indesejados.
Sim, nas doses erradas mesmo os remédios naturais vão causar efeitos indesejáveis como intoxicação hepática, ou seja do fígado.
Se for necessário manter o tratamento por mais de três meses, substitua por outros fitoterápicos com propriedades semelhantes, alternando sempre de acordo com as instruções do seu profissional de saúde.
Espinheira Santa
A Espinheira Santa é um remédio natural para a gastrite crônica ou mesmo cuidar da saúde do estômago. No Brasil, a planta é indicada como fitoterápico na rede publica de saúde. Isto porque faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (RENISUS).
Ela melhora o quadro digestivo, pois tem a capacidade de aumentar o muco do estômago, é antisséptica e cicatrizante, antioxidante.
Também dificulta a adesão do Helicobacter Pylori no estômago pelo efeito bacteriostático, ou seja que impede o crescimento bacteriano. Possui ainda um efeito antiflatulento contra gases que provocam a distensão abdominal
Contra indicações: grávidez, amamentação e crianças até 12 anos.
Como usar: pode usar na forma de chá, de tintura ou em cápsulas antes do café, almoço e jantar ou imediatamente após.
Tintura: 30 gotas, diluídas em água antes do café, almoço e jantar ou imediatamente após
Cápsulas: 380mg antes do café, almoço e jantar ou imediatamente após.
Chá: uma colher de sopa rasa em 200 ml de água. Ferver a água, adicionar sobre as folhas picadas. Esperar 10 minutos para libertação dos princípios ativos e beber.
Quem não deve usar: grávidas, amamentação, crianças até 12 anos.
Gastrite crônica e Aloe Vera
O Aloe Vera é outro fitoterápico que promove a saúde do nosso estômago, pois estimula a secreção de enzimas digestivas e neutraliza os ácidos, ajudando no tratamento do refluxo e da gastrite.
Além disso, por ser um potente anti-inflamatório, ajuda a tratar inflamações, podendo ser uma boa opção para atenuar problemas no estomacais. Tem uma ação cicatrizante.
É possível comprar o sumo de Aloe Vera a 99% em farmácias ou lojas especializadas e se torna muito prática, pois já vem pronto para consumo.
Caso deseje fazer o consumo da planta in natura, é preciso algum cuidado. Primeiro certifique-se que está usando a verdadeira Aloe Vera, uma vez que há muitas espécies da mesma planta.
Entretanto, a planta in natura possui aloína, uma substância de cor amarelo esverdeada que é irritativa para a mucosa gástrica. Neste caso, deve retirar a polpa branca e deixar duas horas de molho em água filtrada. Retirar da água, lavar e só então fazer sumo.
or questões de segurança e praticidade, é melhor utilizar o sumo pronto a 99% .
Como usar o suco do Aloe Vera: uma colher de sopa 15 ml antes de dormir puro ou diluído em um pouco de água ou siga indicações do seu profissional de saúde.
Quem não deve usar: grávidas, amamentação, crianças até 12 anos.
Gastrite crônica e automedicação
A classe de medicamentos conhecida, em farmacologia, como “inibidores da bomba de prótons” são os mais utilizados por pessoas com gastrite crônica e refluxo.
Os nomes comerciais mais famosos desta categoria terminam por “zol” como Omeprazol, Pantoprazol. São medicamento eficientes, mas que devem ser tomados a curto prazo, como está descrito na própria bula.
O uso a longo prazo deve ser feito apenas em casos específicos e com supervisão médica. É importante ressaltar que estes medicamentos tem efeito colaterais. Eles, por exemplo, interferem na absorção de nutrientes e aumentam o risco de osteoporose.
Nunca é demais lembrar tem gastrite crônica e desconhece a causa, deve consultar um especialista. Ele solicitará exames de diagnóstico para uma abordagem mais apropriada. Se necessário, utilize medicamentos, conforme orientação médica.
*Cíntia Oliveira – jornalista, licenciada em Enfermagem e pós-graduada em Terapêutica Ortomolecular e Nutrição Funcional
Leia também:
Referências:
DE LIMA, A. P. V.; FILHO NETO, M. D. A.. Efeitos em longo prazo de inibidores da bomba de prótons. BJSCR, 2013.
DE MELO BARROS, João Victor, et al. Aplicação da Aloe vera no tratamento da gastrite e benefícios do seu uso em disfunções gastrointestinais: Uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Development, 2021, 7.4: 42789-42795.
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SOUSA, Henrique Matheus Pereira, et al. Aplicação da Aloe vera l. no tratamento de gastrite. Research, Society and Development, 2022, 11.7: e53011730316-e53011730316.
RAVASI, Juliana Mourão. A Espinheira-Santa no SUS: prescrição e uso. 2016.