Edição de texto e revisão clínica: Cíntia Oliveira
O dente-de-leão é uma planta perene que pertence à família Asteraceae, a mesma da margarida e o seu nome científico é Taraxacum officinale. Originária da Europa e da Ásia, possui uma flor amarela que nasce espontaneamente e gosta de temperaturas acima de 25.º Celsius. É considerado um excelente remédio natural para curar doenças crônicas e fortalecer o sistema imunológico.
Além disso, por fazer parte das PANCs, ou seja, das Plantas Alimentícias Não Convencionais, também serve como alimento, por ser muito nutritiva. O dente de leão também é conhecido por diversos nomes como: chicória-amarga, erva-de-santa-maria, dandelion-verde, entre outros.
Propriedades do dente-de-leão
O dente-de-leão contém muitos compostos químicos e nutrientes que o tornam muito benéfico para o corpo, por exemplo:
Antioxidantes: contêm compostos antioxidantes que podem ajudar a combater os radicais livres e, assim, proteger o corpo contra o envelhecimento precoce e doenças crônicas.
Vitaminas e minerais: ele é rico em vitaminas como betacaroteno, precursor da vitamina A, ácido ascórbico. Além disso, possui ferro, cálcio, potássio e fósforo.
Nutrientes: contém proteínas e uma gordura conhecida como ácido linoleico conjugado (CLA), que é um tipo dq < aAAAe ácido gordo essencial.
Quais os benefícios do dente-de-leão?
A planta tem sido usada para tratar uma variedade de doenças. Conheça alguns dos principais benefícios da sua utilização:
1. Tratamento de doenças crônicas
Estudos mostram que o dente-de-leão pode ajudar a reduzir os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas, como o diabetes e o câncer, devido ao seu alto teor de antioxidantes.
2. Promover a saúde dos ossos
Como é uma planta rica em cálcio, magnésio e ferro, é um ótimo suplemento essencial para a saúde dos ossos. Além disso, seu alto teor de cálcio e magnésio ajuda a prevenir a osteoporose.
3. Ajuda no processo de emagrecimento
O dente de leão pode auxiliar na perda de peso por ser rico em fibras alimentares. Devido a isso ajuda a manter a saciedade por mais tempo. Além disso, ao melhorar a função hepática a erva contribui para diminuir a resistência à ação da insulina que dificulta o emagrecimento.
4. Fortalece o sistema imunológico
A planta possui uma grande quantidade de vitamina C e outras vitaminas do complexo B, alta concentração de antioxidantes, o que ajuda a fortalecer o sistema imunológico e a manter o corpo saudável.
5. Combate o inchaço
Essa erva contém compostos anti-inflamatórios, como o ácido clorogênico, que ajudam a combater o inchaço e reduzir a inflamação. Por ser um diurético natural, contribui para eliminar o excesso de líquido do corpo.
6. Ajuda na digestão
O dente-de-leão é rico em fibras alimentares, o que ajuda a melhorar a digestão e a prevenir a constipação. Tem ainda efeito colerético e colagogo, ou seja, estimula a secreção da bílis e a contração da vesícula facilitando a saída da bile para o duodeno e melhorando, desta forma, a digestão e a absorção de gorduras e de determinadas vitaminas.
7. Protege as células do fígado
Estudos farmacológicos indicam que tanto o extrato aquoso da raiz quanto o extrato das folhas de dente de leão protegem as células do fígado, contra fibrose hepática e aumenta a atividade de enzimas hepáticas antioxidantes.
7. Trata infecções
As propriedades anti-inflamatórias e antifúngicas do dente-de-leão ajudam a curar infecções.
Como utilizar o dente de Leão
O dente-de-leão (Taraxacum officinale) é muito versátil e pode ser utilizado de diversas formas. Utiliza-se todas as partes da planta. As folhas e flores podem ser usadas em saladas, sucos, sopas e outras preparações. As raízes, caule, flores e folhas podem ser utilizadas na forma de chá, extrato, tinturas ou cápsulas. Também está disponível na forma de óleo essencial.
A planta, nas suas diversas formulações pode ser facilmente encontrada no mercado de produtos naturais e podem ser usada como suplemento para melhorar a saúde ou para tratamento de algumas patologias.
Quem deseja fazer uso medicinal do dente-de-leão, deve consultar um profissional de saúde que trabalhe com fitoterapia para uma orientação individualizada.
Como preparar o chá?
O dente-de-leão é uma planta que se encontra facilmente in natura ou desidratada e, por isso, muito acessível para produção de chás caseiros. Neste caso, recomenda-se 3 a 4 colheres de chá (cerca de 3 a 4 gramas) em 150ml de de água fervente. Misture tudo e abafe por cerca de 10 minutos. Coar e tomar logo após o preparo até três xícaras dia.
Quais são as contra indicações?
Embora os benefícios do dente-de-leão sejam inúmeros, é importante ter cuidado ao consumi-lo, principalmente gestantes e lactantes. Isto porque não há estudos que comprovem a segurança do seu uso nestas pessoas.
O dente-de-leão está contraindicado em algumas doenças como, úlcera gástrica e duodenal, cálculos biliares, colecistite aguda, obstrução dos ductos biliares, do trato intestinal, insuficiência renal, doenças hepáticas agudas ou severas, câncer de fígado, intestino irritável, icterícia por anemia hemolítica e determinadas doenças cardíacas.
Vamos exemplificar um destes casos para uma melhor compreensão. Um dos benefícios do dente-de-leão é estimular a contração da vesicula biliar. Por isso se uma pessoa tem cálculos biliares estes poderão se deslocar e agravar o problema.
Para tirar dúvidas a este respeito e obter um atendimento personalizado, sugerimos que consulte um profissional de saúde que trabalhe com fitoterapia na sua pratica clínica.
Efeitos colaterais
Estudos indicam que os efeitos colaterais são raros, mas para quem tem hipersensibilidade às substâncias presentes na planta pode ocorrer reações alérgicas como coceira, erupções cutâneas, vermelhidão e inchaço.
Interações medicamentosas
O dente-de-leão não deve ser utilizado junto com determinados medicamentos, pois pode potenciar os efeitos adversos ou diminuir a eficácia da medicação. Por isso, se toma medicação de uso crônico e deseja fazer uso do dente-de-leão, sugerimos conversar com o seu profissional de saúde para uma melhor orientação.
Vejamos alguns exemplos destas interações
No caso de remédios metabolizados pelo fígado haverá risco de aumento de algum efeito adverso descrito na bula. Isto acontece porque as substâncias (o medicamento e o dente de leão) vão competir pela mesma via de metabolização. Exemplo de alguns medicamentos: amitriptilina, haloperidol, ondansetron, propranolol, teofilina, verapamil.
O consumo de dente-de-leão junto com o lítio também pode diminuir a excreção da droga. Neste caso, poderá haver um aumento do nível sérico e possível toxicidade, aumento os riscos de efeitos colaterais desta medicação. Isto pode ocorrer devido ao efeito diurético do dente de leão.
De igual modo, quem faz uso de medicamentos diuréticos não deve fazer uso concomitante desta planta, uma vez que pode potencializar o efeito da droga .
Já alguns medicamentos podem ter a sua eficácia reduzida, por exemplo: acetaminophen, atorvastatina, diazepam, digoxina, entacapone, estrogênio, irinotecano, lamotrigina, lorazepam, lovastatina, meprobamato, morfina, oxazepam, etc.
Atentando para as contra indicações, efeitos colaterais e interações medicamentosas, o dente-de-leão é uma erva muito benéfica para a saúde. Além disso, é muito nutritivo.
Atenção: As informações deste conteúdo são informativas e educativas e não devem ser usadas para diagnosticar e, muito menos, substituir os cuidados médicos adequados.
Cíntia Oliveira é Jornalista, formada pela Universidade Federal de Alagoas – Brasil.
Licenciada em enfermagem pela Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa– Portugal.
Pós-graduada em nutrição funcional pela Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU)- Portugal
Pós-graduada em Direitos Humanos pela Universidade Estadual da Bahia – Brasil
Referências bibliográficas
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