Depressão: sintomas, causas e tratamento

Sumário

A depressão é uma condição mental que afeta uma grande parcela da população mundial. 

 

Segundo a pesquisa Vigitel, conduzida pelo Ministério da Saúde, 11,3% dos brasileiros entrevistados relataram ter sido diagnosticados com depressão em 2021. 

 

A doença é caracterizada principalmente por uma tristeza persistente e profunda, contudo, é importante ter em mente que nem todo sentimento de tristeza está relacionado à depressão.

 

Enquanto a tristeza ocasionada por eventos negativos costuma passar em alguns dias, o quadro depressivo dura semanas ou meses. 

 

Ele pode se manifestar de forma isolada ou ser parte de um transtorno, como ocorre com a bipolaridade, em que há alternância entre as fases de euforia e depressão.

 

Mulher apresenta quadro de solidão e tristeza característico da depressão
Um tristeza profunda por um longo período pode estar relacionada a depressão. Foto: Abbat/Pixabay

Quais os sintomas da depressão?

Os sintomas da depressão podem variar conforme a pessoa e seu quadro mental. Há pessoas que não chegam a demonstrar uma tristeza profunda, mas apresentam uma sensação de desesperança e pessimismo, angústia, baixa autoestima e falta de motivação. 

 

Outros sintomas que se manifestam são:

  1. ansiedade ou irritabilidade;
  2. insegurança;
  3. indecisão;
  4. sensação de vazio;
  5. desânimo e falta de vigor – a pessoa precisa se esforçar mais para realizar as atividades do dia a dia;
  6. culpabilização excessiva associada à baixa autoestima;
  7. dificuldade de se concentrar;
  8. raciocínio mais lento que o normal e esquecimento;
  9. redução da libido;
  10. falta ou aumento de apetite;
  11. compulsividade;
  12. insônia ou aumento do sono;
  13. dores em partes do corpo sem causa aparente ou mesmo sintomas físicos como diarreia, constipação, azia, dores na barriga, sensação de pressão no peito, enxaqueca etc.

 

Em casos mais severos, a pessoa pode manifestar sentimentos suicidas ou desejo de morte.

 

O que causa a depressão?

A depressão não tem uma causa única definida, mas há  uma série de fatores de risco que podem levar a pessoa a desenvolver a doença.

 

Um fator que pode contribuir para que o indivíduo ter  depressão é a genética. 

 

Têm maiores chances  aquelas pessoas com familiares próximos com histórico de doenças psiquiátricas – não apenas com depressão, mas com distúrbios como síndrome do pânico, transtorno de personalidade limítrofe, esquizofrenia, entre outros. 

 

Também o funcionamento de neurotransmissores pode contribuir para que uma pessoa desenvolva depressão, em especial a serotonina. 

 

Trata-se de um  hormônio responsável, entre outras coisas, pela regulação do humor. 

 

Indivíduos que sofrem com depressão  comumente apresentam níveis reduzidos de serotonina.

 

Outro aspecto que pode aumentar as chances de uma pessoa ser acometida por depressão é o uso recorrente de substâncias como drogas e álcool. 

 

Essas substâncias fazem com que o cérebro libere mais dopamina, responsável pela sensação de prazer e euforia. 

 

Porém, ao usar com frequência drogas ou álcool, o indivíduo se habitua a níveis mais altos desses neurotransmissores, ficando dessensibilizado ao efeito da dopamina. 

 

Dessa forma, os níveis normais do hormônio deixam de ter eficácia no controle do humor, podendo levar a pessoa a ficar deprimida e desenvolver uma dependência do uso de substâncias para estimular maior produção da dopamina.

 

Em relação à estrutura do cérebro, pesquisas apontam que o hipocampo tem um tamanho reduzido em algumas pessoas com depressão. 

 

Também uma exposição recorrente ao estresse pode afetar a produção de neurônios pelo hipocampo de forma negativa, possivelmente tendo uma relação também com o desenvolvimento da doença.

 

Pessoas que sofrem de doenças crônicas como diabetes, fibromialgia, lúpus, artrite reumatoide, cirrose, hipotireoidismo, doenças cardíacas, entre outras, também apresentam maior risco de serem acometidas por depressão. Além disso pacientes com doenças neurológicas ou que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) também tem risco acrescido.

 

Como é feito o tratamento da depressão?

 

O diagnóstico da depressão deve ser feito por um psiquiatra, que recomendará o tratamento de acordo com o quadro apresentado pelo paciente.

 

A forma mais efetiva de tratar a doença é por meio da combinação de psicoterapia e medicamentos antidepressivos.  Outras terapias complementares podem ser sugeridas.

 

Com a melhora dos sintomas, é possível que a pessoa deixe de fazer uso dos remédios e se mantenha estável, a longo prazo, apenas por meio da terapia.

 

Atualmente, os medicamentos mais utilizados são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, cuja função é aumentar a concentração da serotonina no organismo. 

 

Especialistas podem também indicar uma combinação de medicamentos para tratar outros sintomas, como ansiedade e insônia.

 

Além do tratamento, pesquisas mostram que manter uma rotina de atividades físicas auxilia na melhoria do quadro, contribuindo para a redução da ansiedade e o aumento da sensação de bem-estar.

 

Referências

 

COSTA, R.A.; SOARES, H.L.R.; TEIXEIRA, J.A.C. Benefícios da atividade física e do exercício físico na depressão. Rev. Dep. Psicologia, UFF, 19(1), 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-80232007000100022. Acesso em 25 jan. 2023.

 

HARVARD Health Publishing. What causes depression? Harvard Medical School, 10 jan. 2022. Disponível em: https://www.health.harvard.edu/mind-and-mood/what-causes-depression. Acesso em 25 jan. 2023.

 

MATOS E SOUZA, F.G. Tratamento da depressão. Brazilian Journal of Psychiatry, 21(1), mai. 1999. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1516-44461999000500005. Acesso em 25 jan. 2023.

 

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Depressão. Biblioteca Virtual em Saúde, s.d. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/depressao-4/. Acesso em 25 jan. 2023.

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