A gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica, a membrana que reveste o nosso estômago.
Pode-se classificar a gastrite como leve, moderada ou grave. Também pode ser aguda, se for de duração curta ou crônica.
Aguda quando causada, por exemplo, por agente irritativo, que uma vez retirado vai cessar a agressão.
A gastrite se torna crônica quando evolui ao longo do tempo, podendo ser reversível ou não.
A gastrite pode causar desconforto e dor no estômago. Foto: unknownuserpanama/Pixabay
Gastrite: sintomas
Quanto aos sintomas, a gastrite pode ser assintomática, ou seja, embora tenha gastrite a pessoa não sente nada. Pode apresentar sintomas como: sensação de estômago cheio, de barriga estufada, azia, refluxo, gases, dificuldades digestivas, queimação, desconforto, náuseas e dor. Geralmente, somente quando a gastrite começa a causar dor é que as pessoas buscam tratamento ou ajuda médica.
Gastrite – causas
A gastrite pode ter várias causas sendo as principais:
- Agentes irritantes
- Alguns tipos de medicamentos usados frequentemente;
- Bebidas alcoólicas
- Alimentação inadequada, associada ao estresse excessivo;
- Deficiência de enzimas digestivas – fazem com que alimentos permaneçam mais tempo no estômago provocando fermentação e acidez que vão irritar a parede gástrica o que é muito comum em pessoas acima dos 50 anos.
A principal causa da gastrite crônica é uma infecção provocada pela bactéria Helicobacter Pylori. Mais atenção: ter a presença de H. Pilory no estômago não quer dizer ter gastrite.
Entretanto, se as bactérias crescerem desordenadamente, causarão danos à mucosa gástrica. Por isso, ainda que o exame acuse positivo para H. Pylori, é importante uma avaliação médica.
Uma segunda causa, mas com pouca incidência, seria uma doença autoimune. Ocorre quando as células de defesa do próprio organismo “atacam” a mucosa gástrica, promovendo a atrofia das células.
Gastrite – consequências
É preciso investigar as causas da gastrite para tratá-la corretamente, pois se não for tratada poderá resultar em consequências indesejáveis. A longo prazo pode causar a atrofia da parede do estômago. Está a atrofia levam a perda de glândulas que secretam o suco digestivo e o muco protetor, além da diminuição da espessura total da mucosa.
Entretanto, quando já existe uma atrofia da mucosa não há reversão do quadro. Neste caso, é preciso aprender a conviver com a gastrite crônica, neste caso chamada de atrófica. O melhor a fazer é promover uma auto-gestão eficiente para minimizar o desconforto, a dor e outros problemas associados.
Por isso é muito importante investigar a gastrite, procurando o profissional de saúde da sua confiança. Isto porque, somente desta forma poderá tratar corretamente e evitar a sua progressão
Diagnóstico
O diagnóstico da gastrite é feito através da endoscopia digestiva alta, um exame que consiste na observação direta do estômago, através da inserção de um aparelho chamado endoscópio, um tubo fino contendo uma pequena câmera.
O aparelho é inserido através da boca mas, ocasionalmente, pode ser pelo nariz. O objetivo da endoscopia é avaliar o estado da mucosa gástrica e fazer a colheita de amostras do tecido que reveste a parede do estômago para análise histológica, que chamamos de biópsia.
Como é feito o tratamento
O tratamento vai depender da causa da gastrite. Inicialmente o médico poderá indicar um protetor gástrico para neutralizar a acidez que causa a dor na parede do estômago. O médico pode prescrever outros medicamentos de acordo com a avaliação do paciente.
No caso de uma infecção por H.Pylori poderá fazer uso de antibióticos, que é a classe de medicamentos utilizada para “matar” bactérias. Para o tratamento ser bem sucedido, é importante cumprir rigorosamente o tratamento e além disso, usar o medicamento na hora certa, na dosagem especificada. Se deixar de tomar o antibiótico a bactéria poderá desenvolver resistência ao medicamento.
É importante ter cuidado com os “prazois”. Por isso, tome apenas sob prescrição médica e por um curto período. A longo prazo estes medicamentos têm efeitos indesejáveis. Importante consultar um profissional de saúde com uma abordagem mais funcional, para ajudar com estratégias que vão além da medicação.
Quem tem gastrite crônica deve fazer uma autogestão eficiente da doença. Isso inclui, além da medicação, estratégias alimentares e complementares como fitoterapia e gestão do estresse.
Gastrite e alimentação
O tratamento para gastrite sempre vai incluir alterações na alimentação.
Estas alterações incluem: não consumir álcool, refrigerantes, bebidas com gás e ou excessivamente açucaradas.
Além disso, deve evitar frituras, alimentos gordurosos, frutas ácidas, condimentos, conservas, alimentos embutidos, enlatados e produtos de pastelaria.
També deve evitar: bebidas e produtos com cafeína como o próprio café, chá preto, verde ou mate e chocolates, pois irritam a mucosa gástrica.
O que é sugerido: refeições leves, carnes magras de preferência frango e peixe, além de vegetais, legumes e verduras, ovos cozidos e queijos brancos. Em relação as bebidas, são indicadas: iogurte, leite desnatado e chás que não contenham cafeína.
*Cíntia Oliveira – jornalista, licenciada em Enfermagem e pós-graduada em Terapêutica Ortomolecular e Nutrição Funcional
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Referências:
Azer SA, Akhondi H. Gastritis. 2022 Jul 4. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan–. PMID: 31334970. Disponível em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31334970/. Acesso em 11/03/2023
Bacha D, Walha M, Ben Slama S, Ben Romdhane H, Bouraoui S, Bellil K, Lahmar A. Chronic gastritis classifications. Tunis Med. 2018 Jul;96(7):405-410. PMID: 30430483. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30430483/. Acesso em: Acesso em 11/03/2023