Reinaldo Pellegrino, aos 67 anos, na sua melhor forma física com cetogênica e musculação

Sumário

        

Pressão arterial:  18/11. Peso: 120 kg. Estes foram os números que marcaram a decisão do geólogo Reinaldo Pellegrino,  de  mudar totalmente seu estilo de vida.  

 

Os resultados? Saiu da hipertensão, perdeu peso e não só: aos 67 anos, aposentado desde os 60, está na sua melhor forma física.

 

 “Sinto-me uns vinte anos mais jovem, em todos os sentidos”, afirma ele com  42 kg a menos e tensões de 12/08 mm/hg.

 

Com antecedentes de diabetes e hipertensão na família, Reinaldo lembra que antes da sua mudança, tomava muitos medicamentos de venda livre, pois tinha  refluxo, azia, dor de cabeça, dores estomacais,  articulares, no ombro e na coluna.  

 

Por isso,  carregava sempre consigo uma sacolinha de remédios. Hoje não gasta um centavo da sua aposentadoria com medicamentos. 

 

As mudanças de estilo de vida,  ele conta que decidiu fazer sozinho. Estudou sobre o assunto e aplicou o conhecimento em si mesmo. 

 

“Graças a epigenética,  descobri que poderia me desligar das doenças hereditárias”, conta ele,  cujo os  pais morreram dependentes de autocuidado e de complicações decorrentes de doenças crônicas. 

 

A epigenética é uma ciência que pesquisa o que o ambiente faz aos nossos genes. Os estudos nesta área demonstram que os genes podem ser ativados ou silenciados a partir do meio ambiente e isso inclui o nosso estilo de vida. 

 

O que significa dizer que, mesmo com predisposição genética, não necessariamente uma pessoa desenvolverá doenças crônicas não transmissíveis como câncer, diabetes e hipertensão. 

 

Mas quais foram as alterações que levaram Reinaldo aos resultados atuais? Basicamente a alimentação e o exercício físico. 

Reinaldo Pellegrino
 “Sinto-me uns vinte anos mais jovem, em todos os sentidos”,  afirma ele com  42 kg a menos e tensões de 12/08 mm/hg. Foto: Reinaldo Pellegrino

Ganho de peso

 

Reinaldo conta que até os 49 anos teve uma boa saúde. Na verdade, sempre preocupou-se com a sua saúde.  

 

Seguiu o estilo macrobiótico na época da universidade, foi vegetariano nos primeiros anos de casado e, por fim, com o nascimento da filha, entendeu que proteínas animais eram necessárias para o desenvolvimento da criança e voltou a comer carne.  

 

Desde então passou a seguir o padrão alimentar recomendado.  Como trabalhava numa plataforma de petróleo, passava quinze  dias em alto mar. Um ambiente de  clausura que, segundo ele, trazia ansiedade e  estresse.  “O refeitório abria a cada duas horas e a nossa única distração era comer”, recorda.  

 

Como era obrigado a pesar-se cada vez que embarcava no helicóptero devido ao controle de carga aérea, Reinaldo começou a se preocupar. O seu peso aumentava cada vez mais. 

 

Até que em 2014, durante um treino simulado para salvar vidas em caso de queda do helicóptero, descobriu que as tensões estavam elevadas. Estava com 58 anos,  pesava 120 kg e  pressão de 18/11 mm/Hg.  

 

“Naquele dia não me deixaram participar da simulação. Eu confesso que fiquei assustado pois sempre fiz exames trabalhistas periódicos e nunca havia acusado nada. Na verdade eu estava  hipertenso e não sabia.”

 

O começo da mudança…

Disposto a melhorar os parâmetros de saúde, ele conta que começou a estudar  formas de sair da hipertensão e compreendeu que a perda de peso era o melhor caminho. 

 

Isto porque as evidências demonstram que para cada 1kg de peso perdido, consegue-se reduzir  a pressão em cerca de um milímetro de mercúrio.   

 

O livro que ganhou da filha, “Emagreça de Vez” de Rodrigo Polesso,  somado às informações que colheu em suas pesquisas, através da Internet,  lhe deram  segurança suficiente para iniciar a dieta paleolítica. 

 

De forma resumida, a paleolítica refere-se a um estilo alimentar que imita o padrão dos homens das cavernas. Naquele período ainda não havia a agricultura, portanto as pessoas se alimentavam da carne de animais que caçavam e da coleta de frutas e vegetais que encontravam.

 

Colocou o seu plano em ação e, passado 4 meses, tinha perdido 30 kg. Ou seja, passou a pesar 90kg. Nesta época também deixou de consumir bebidas alcoólicas.

 

A pressão se regularizou em 12/8 e nunca mais ele foi hipertenso. Entretanto, ainda estava com sobrepeso. Com 1,70cm,  sabia que  precisava perder mais gordura. 

 

Em 2015,  aos 59 anos, seis meses depois de alterações alimentares,  para sua surpresa notou que começou a ganhar peso. Apesar de manter-se na paleolítica,  aumentou cerca de 4kg.  

 

Low Carb e Cetogênica

 

Decidido a ser um laboratório vivo, Reinaldo conta que começou a pesquisar sobre o assunto.  “Entendi que não conseguia mais perder peso, devido a uma resistência à ação da insulina.” 

 

“ Cheguei a conclusão que a alimentação que segui durante muitos anos,  baseada em carboidratos e  preconizada como saudável, me levaram a esta condição”, conclui Pellegrino. 

 

A insulina é o hormônio necessário para que a glicose entre nas células e quando a sua ação fica diminuída,  o pâncreas começa a fabricar mais insulina e jogar na corrente sanguínea. 

 

O problema é que a insulina elevada, uma condição que antecede a diabetes tipo 2, por sua vez, dificulta a perda de peso.  Isto porque este hormônio impede a quebra da gordura além de ajudar a formar novas reservas.

 

A partir destas conclusões, Reinaldo decidiu experimentar a  low carb, uma dieta baixa em carboidratos. 

 

 “Retirei todos os tubérculos e frutas mais doces e comecei a reduzir de novo o meu peso. Consegui perder cerca de 6kg e estacionei”, recorda ele. 

 

Decidido a atingir o peso ideal, continuou a estudar e aplicar em si mesmo o que aprendia. 

 

Foi assim que descobriu a dieta cetogênica,  que seria ainda mais restrita em carboidratos também chamada de very low carb

 

“Entendi que deveria fazer uma dieta com mais proteínas de origem animal  e vegetais de baixo amido,  se eu quisesse perder o excesso de peso e foi assim que eu cheguei aos meus 78kg atuais.

 

Rotina alimentar 

 

Não é sacrifício nenhum para Reinaldo,  o tipo de alimentação que adotou como estilo de vida e segue até hoje.

 

Ao acordar, costuma comer um quadradinho de chocolate 85% de cacau e uma castanha do pará. O café da manhã consiste em 4 ovos, bacon e queijo canastra meia cura ou gouda.   

 

No almoço come 3 a 4 bifes e vegetais de baixo amido além de um sorvete proteico de sobremesa. Por volta das 16h, faz a última refeição do dia, um café com pão ou waffle low carb que ele mesmo prepara no microondas. 

 

Há cerca de 4 anos,   Reinaldo acabou  por adotar também a prática do jejum intermitente.

 

 O principal motivo, segundo explica,  é o de limpeza do sistema digestivo, principalmente o intestino”.  Algumas vezes faz mais tempo de jejum, por exemplo quando surge alguma virose.  

 

Musculação em casa

 

Aliado  à mudança do padrão alimentar, Reinaldo decidiu sair do sedentarismo  para ganhar mais saúde.  Mais uma vez, pesquisando e estudando, entendeu que precisava de aporte proteico e fazer exercício de resistência.  

 

O período coincidiu justamente com o falecimento da sua mãe de quem, junto com a esposa, foi cuidador.  “Foi uma época em que voltei a sentir dores nas costas e nas pernas, tinha pouca qualidade de sono, muita ansiedade, um período muito difícil”, conta ele. 

 

Em 2020,  começou a praticar musculação em casa e sentiu melhoras em todos os seus parâmetros de saúde. Mais ânimo, mais disposição e o fim das dores.  Atualmente faz 45 minutos de exercícios,  4 vezes por semana.

 

Sempre que faz os exercícios de resistência, por segurança, Reinaldo monitora os batimentos cardíacos e a saturação de oxigênio.  Isto através do oxímetro, um aparelho digital, simples e fácil de usar, geralmente à venda nas farmácias.

 

Orgulhosamente, ele enumera o resultado da musculação nestes últimos 3 anos:  o bíceps aumentou  de 33 para 42 cm. O  ombro aumentou de 114 para 128 cm. A cintura diminui de 99 para 89cm.  

 

“Sou um idoso fora da caixa, pois mesmo na minha idade consigo ganhar massa magra e perder gordura, ao mesmo tempo, com a prática da musculação”, considera. 

 

O segredo segundo ele é um bom aporte de proteínas, cerca de 150 gramas proveniente das carnes e,  energia, vinda das gorduras boas. 

 

Redes sociais

Quando começou as suas descobertas e mudanças alimentares, Reinaldo empolgou-se e vivia falando com os amigos e familiares. Logo, percebeu que não 

valia a pena.  Como  está escrito “o profeta só não tem honra na sua terra”,  assim foi: a família pouco valorizou. Muitas vezes, segundo ele, era ridicularizado. 

 

Por outro lado, passou a incentivar e motivar outras pessoas através das redes sociais. No seu instagram, @reinaldopellegrino, ele posta com frequência  fotos criativas da sua alimentação, desjejum e almoço, receitas  além  da evolução muscular. 

 

Grande parte dos seus seguidores são pessoas que querem melhor  performance ou idosos que como ele desejam ter mais saúde.  

 

E de fato, Reinaldo goza hoje de uma ótima saúde.  Seus últimos exames, um check up geral  foi feito em 2022. Segundo ele,  todos os  seus marcadores de saúde, inclusive cardiovasculares,  demonstravam que estava muito bem. 

 

“Fiz inclusive ultrassonografia para as principais artérias. Limpas sem calcificações ou gorduras”. A prova de esforço foi muito boa. Colesterol, a pressão arterial, todos os parâmetros ótimos”, revela

 

Segundo Reinaldo, em qualquer idade é possível  começar a jornada para ter mais saúde e qualidade de vida. O mais importante é adquirir conhecimento de qualidade e pôr em prática. “Se funcionar continue, sem pressa. E se não funcionar,  ajuste a rota,  mas não pare. A idade é apenas um número”. 

 

 

 

 

 

 

 

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