Saúde digestiva pode afetar a saúde mental

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A saúde digestiva pode afetar a saúde mental, pois o sistema digestivo e o cérebro estão intimamente ligados por meio do eixo intestino-cérebro.

Segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia (OMG), um terço da população mundial apresenta algum tipo de sintoma no trato digestivo. 

O trato gastrointestinal possui importantes funções como fornecer nutrientes ao corpo, aumentar a resposta do sistema imunológico, abrigar a microbiota intestinal e servir como um “segundo cérebro”.

 “Quando a saúde digestiva não está em dia, o bem-estar emocional e mental também são prejudicados”, explica o cirurgião do aparelho digestivo e proctologista, especialista em doenças inflamatórias intestinais, Dr. Alexander Rolim, da rede de hospitais São Camilo de São Paulo.

 

A alimentação é a base de uma boa saúde digestiva  e que  influencia a saúde mental
A alimentação é a base de uma boa saúde digestiva  e que  influencia a saúde mental. Foto: Nathan Cowley/Pexels-

Isto porque o intestino responde pela produção de neurotransmissores, como a serotonina, que está diretamente relacionada ao humor e à saúde mental. 

“Quando há um desequilíbrio na flora intestinal, pode haver uma diminuição na produção desses neurotransmissores, o que pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão”, afirma o Dr. Rolim.

 

Saúde digestiva: deficiência  de B12 e vitamina D

Na opinião do especialista, a compreensão das funções normais do trato gastrointestinal, da dieta e dos sintomas ajuda as pessoas a identificar quando procurar atendimento gastrointestinal.

O intestino responde pela absorção dos nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. Além disso, pela eliminação de resíduos e toxinas. 

Quando o intestino não funciona corretamente, a capacidade de extrair os nutrientes dos alimentos, como vitaminas, minerais e antioxidantes,  fica prejudicada.

Ou seja, a saúde intestinal impacta diretamente na manutenção da saúde como um todo. 

Por isso mesmo, na presença de doenças inflamatórias do intestino, há maior risco de  desnutrição. 

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, a falta de alguns nutrientes é frequente, mesmo na doença moderada devido a má absorção e a perda pelas fezes.  

Ferro, ácido fólico, vitamina B12, vitamina D, zinco e cálcio são geralmente os nutrientes em falta. 

Sabe-se que a vitamina D e a B12, por exemplo, exercem importantes funções no sistema nervoso central e  que carência  pode está relacionada a quadros de depressão, transtornos de ansiedade, demência entre outras doenças.

 

Recorrência de sintomas requer investigação

Náuseas, empachamento, azia, refluxo, diarreia e/ou prisão de ventre e dor abdominal são sintomas digestivos.

Mas, segundo o Dr. Alexander Rolim, outros sintomas, que aparentemente podem indicar outro tipo de doença, também são sintomas de problemas digestivos. 

Por exemplo: tosse seca, dor no peito, sinusite, asma, dor de cabeça, déficit de atenção e lesões na pele.

A automedicação, chás  e remédios caseiros, podem até ser utilizados como recurso em situações pontuais. 

Porém, o especialista alerta que em caso de permanência dos sintomas, é importante buscar ajuda especializada para investigar as causas do problema. 

“É preciso prestar atenção à recorrência desses sintomas para buscar o atendimento de um médico”.

 

Prevenção

Para prevenir a saúde gastrointestinal é fundamental ter um estilo de vida equilibrado. Isso inclui  alimentação saudável e balanceada e exercícios físicos regulares. 

É importante tratar ou prevenir  a obesidade ou sobrepeso, eliminar o  tabagismo e gerir o estresse. 

Todos estes fatores desencadeiam ou pioram  os  transtornos gastrointestinais. 

Além disso, é importante consultar o médico e fazer exames preventivos e de rastreio. 

Um exame importante é a colonoscopia, que pode, inclusive,  evitar o câncer colorretal. 

Isto porque o exame identifica e, ao mesmo tempo, retira lesões pré-cancerígenas.

Recomenda-se  a colonoscopia para pacientes com sintomas de origem intestinal como sangramento nas fezes, diarreia, intestino preso e dor abdominal. 

De acordo com a Fundação AC Camargo Câncer Center, para a população sem sintomas o ideal é fazer o exame a partir dos 45 anos e repeti-lo a cada 10 anos.

  

Alimentação saudável: a base da saúde digestiva

A melhor maneira de diminuir as complicações na saúde digestiva é através da prevenção, sobretudo promovendo alterações no estilo de vida. 

Em relação aos hábitos alimentares é fundamental substituir alimentos industrializados e ultraprocessados por comida de verdade. 

Os alimentos ultraprocessados possuem uma série de aditivos químicos que estão relacionados com doenças inflamatórias e câncer.

A inclusão de fibras contribuem para uma melhor saúde intestinal. 

A Organização Mundial de Saúde recomenda o consumo de 25g de fibras diariamente. 

Porém para evitar gases intestinais deve-se introduzir as fibras gradativamente na dieta.  

Porém fazer uso regular de fibras,  reque beber água regularmente.  Isto por que as fibras promovem aumento do bolo fecal  e sem hidratação  há risco de  obstipação, conhecida popularmente como prisão de ventre.

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