Síndrome do pânico: sintomas e tratamento

Sumário

A síndrome do pânico ou transtorno de pânico é definida pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DMS-5) como “um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos”. 

Os sintomas se iniciam de forma brusca, alcançando intensidade máxima em até 10 minutos e duração de até 30 minutos em média.

Pessoas que passam por esta situação têm  a sensação de morte iminente no momento da crise.   A sensação de medo é intensa, a pessoa perde o controle de si e algumas pensam até que vão enlouquecer. 

 

 

A foto descreve uma mulher assustada no chão, uma demonstração de que pode estar a ter um ataque de pânico
A síndrome do pânico causa medo ou desconforto intenso. Foto:Anemone123/Pixabay  

 

Sintomas da síndrome do pânico

Na síndrome do pânico, o indivíduo experimenta  um medo súbito ou um desconforto intenso associado no mínimo quatro dos seguintes sintomas físicos e emocionais.

 

  1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
  2. Sudorese.
  3. Tremores ou abalos.
  4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
  5. Sensações de asfixia.
  6. Dor ou desconforto torácico.
  7. Náusea ou desconforto abdominal.
  8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
  9. Calafrios ou ondas de calor.
  10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
  11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
  12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
  13. Medo de morrer.

 

Como ocorre:

No cérebro temos uma área responsável pelo controle das emoções.  No transtorno de pânico esta área  dispara um sinal de alerta sem motivo real. Tal situação, provoca a libertação de adrenalina, hormônio que prepara o organismo para fugir ou lutar.  Há uma sensação de perigo iminente, causando medo e mal estar intenso. 

 

 Tipos de Transtorno de Pânico

O ataque de pânico pode ser do tipo espontâneo, situacional, noturno ou  desencadeados por situações emocionais muito estressantes. Existe ainda um tipo de ataque de pânico com   sintomas limitados, quando os pacientes apresentam três ou menos de sintomas  durante o ataque de ansiedade.

 

Espontâneo

É o mais comum e não está associado a nenhuma situação desencadeadora conhecida.

 

Situacional 

Ocorre quando o indivíduo se depara ou se expõe a certas situações, como por exemplo, trânsito, multidões, etc. 

Muitos pacientes passam a evitar situações ou lugares em que já tiveram um ataque de pânico ou que consideram possível sua ocorrência, desenvolvendo uma esquiva, denominada agorafobia.

 

Noturnos

Este tipo de ataque de pânico, se caracteriza por um  despertar  noturno súbito,  terror  e  hipervigilância. 

 

Contextos emocionais

Determinados contextos emocionais também podem desencadear ataques de pânico como por exemplo,  problemas financeiros, desentendimentos  familiares  ou  ameaça  de  separação conjugal.  

 

Surgimento e frequência do transtorno de pânico

 As crises de pânico podem surgir em qualquer idade, com prevalência para adolescência ou início da fase adulta.  

Na infância, o transtorno de pânico é raro, mas a primeira ocorrência de “períodos de medo” com frequência remonta esse período de desenvolvimento”. 

Já em adultos  mais velhos,  há uma baixa prevalência do transtorno, isto acontece porque parece “haver à “atenuação” da resposta do sistema nervoso autônomo relacionada à idade” de acordo com o DMS-5.

A frequência e a gravidade dos ataques de pânico podem variar bastante de uma pessoa para outra e também ao longo do tempo em um mesmo indivíduo.

 

Causas 

O Transtorno de Pânico pode ser causado por uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais.

Fatores biológicos incluem alterações em algumas substâncias químicas do cérebro, como serotonina, noradrenalina e ácido gama-aminobutírico (GABA). Também pode haver uma predisposição genética para o transtorno.

Fatores psicológicos incluem a presença de ansiedade e estresse significativos, bem como crenças negativas sobre si mesmo e o mundo.

Fatores ambientais incluem antecedentes de abuso sexual e físico na infancia, eventos traumáticos ou estressantes, como a perda de um ente querido ou problemas financeiros. O uso de drogas e substâncias estimulantes também pode desencadear sintomas de Transtorno de Pânico.

Vale ressaltar que esses fatores não agem isoladamente, e sim de forma interdependente, podendo contribuir para o desenvolvimento do transtorno de pânico em diferentes graus em cada indivíduo.

 

 Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico,  feito por um médico psiquiatra, baseia-se na descrição dos ataques  e no medo que a pessoa sente de futuros ataques.

Muitas vezes, antes de receber o diagnóstico de Transtorno de Pânico,  o paciente procura outras especialidades médicas como cardiologista, por exemplo, devido às queixas físicas associadas  aos sintomas de transtorno do pânico. Por isso, muitos  acabam por realizar diversos exames, pois imaginam padecer de alguma doença física.

O tratamento para a síndrome do pânico consiste em  medicação específica para ansiedade e depressão, além de indicação de psicoterapia. 

A medicação na fase aguda pode incluir fármacos da classe da benzodiazepina como o alprazolam e o clonazepam, também conhecido como Rivotril. Na fase de manutenção são indicados os antidepressivos como paroxetina e o citalopram que atuam como inibidores da recaptação da serotonina. 

Os médicos psiquiatras com uma abordagem da medicina integrativa também levam em consideração outras condições a serem tratadas como a disbiose intestinal, carência de nutrientes como a vitamina D3, por exemplo. Isto porque tais condições podem estar associadas ao aparecimento de certos  transtornos mentais.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é descrita como uma das abordagens mais eficazes e prescritas para o tratamento da Síndrome do Pânico. Entretanto, outras terapias holísticas podem ser utilizadas de forma complementar a exemplo de Florais  de Bach e Hipnoterapia.

Como prevenir

Não existe um método seguro de evitar os ataques de pânico. Deve-se recorrer ao tratamento o mais cedo possível. Manter o plano terapêutico de modo a prevenir recaídas. 

Existem  práticas que podem ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar a qualidade de vida de quem sofre com a Síndrome do Pânico, tais como exercícios físicos, técnicas de relaxamento, meditação e mudanças no estilo de vida. Estudos relatam que a prática de mindfulness, ou atenção plena, resulta na diminuição do estresse e ansiedade que geram a síndrome do pânico.

 

 

Referências:

Associação Psiquiátrica Americana. ( 2013). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ( 5 ª ed . ) . Arlington, VA: . American Psychiatric Publishing.  Acesso: 17/04/2023.

 

JORDíO, K. P. L., FERREIRA, W. P. B., PRADO, A. P. dos S., & SOUZA, R. M. de. (2020). MINDFULNESS NO TRATAMENTO DE ANSIEDADE E SINDROME DO PÂNICO . ANAIS DO FÓRUM DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO UNIFUNEC, 11(11). Recuperado de https://seer.unifunec.edu.br/index.php/forum/article/view/4968 Acesso: 17/04/2023.

 

Valença AM. Transtorno de pânico: aspectos psicopatológicos e fenomenológicos. Debates em Psiquiatria [Internet]. Disponível em: https://revistardp.org.br/revista/article/view/317  Acesso: 17/04/2023.

 

Pereira, Caio Coimbra Barato, Tatiana de Abreu Braga Soares, and Mariana Fortunata Donadon. “Mindfulness: uma ferramenta complementar na manutenção e remissão dos sintomas de transtorno de pânico.” Revista eixo 9.3 (2020): 86-95. Acesso: 17/04/2023.

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