O autismo, mais precisamente o Transtorno do Espectro do autismo (TEA) é uma condição que afeta o neurodesenvolvimento humano.
De acordo com a quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DMS-5) pessoas com TEA têm dificuldades de interação social e comunicação além de comportamentos restritos e repetitivos.
Os critérios de diagnóstico do DSM 5 consideram que o TEA pode variar entre leve, moderado e severo. Tal divisão leva em consideração o nível de dependência de um indivíduo com autismo em relação às atividades de vida diária.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que 1% da população mundial estaria no espectro autista. Esta estimativa porém é de 2010.
Causas do Autismo
Considera-se que TEA seja uma condição causada maioritariamente por fatores genéticos, o que significa dizer que uma pessoa já nasce com a condição.
Alguns estudiosos afirmam que algumas condições ambientais, associadas a fatores genéticos, podem se configurar como fatores de risco. Entretanto não há um consenso a esse respeito.
Há cura para o autismo?
Muitas pessoas se perguntam se o autismo é curável. Na verdade, a medicina não considera que existe cura para o autismo, mas existem tratamentos complementares para melhorar o desenvolvimento e a funcionalidade de pessoas com TEA.
Sintomas ou sinais de autismo
Os sintomas do autismo podem ser percebidos ainda na infância, nos primeiros três anos de vida. Apesar disso, muitas pessoas com autismo considerado leve são diagnosticadas tardiamente seja na adolescência ou até mesmo quando adultos.
Dificuldade Sociais e de Comunicação
Dificuldade para estabelecer
conversa
Dificuldade para iniciar interação
social
Dificuldade em demonstrar emoções
Prefere ficar sozinho
Pouco contato visual
Linguagem corporal pobre
Pouca expressão facial
Não entende linguagem corporal ou
facial
Dificuldade para entender ironia ou
piadas.
Interesses restritos e repetitivos
Estereotipias motoras (envolvem repetição de movimentos)
Alinhar objetos
Ecolalia – reprodução repetitiva de palavras, sílabas ou frases
Sofrimento extremo frente às mudanças
Dificuldade com transições
Padrões rígidos de pensamento
Interesse extremo ou restrito a um assunto
Rituais de saudação
Necessidade de fazer o mesmo caminho
Hipo ou hiperreatividade a estímulos sensoriais
Cheirar ou tocar objetos
Apego incomum a determinado objeto
Recusa de determinados alimentos
É importante ressaltar que as pessoas dentro do espectro autista não terão todos os sintomas.
Além disso, outras pessoas, mesmo não sendo autistas podem apresentar alguns dos sinais relacionados.
Em razão disso, somente através da avaliação de um profissional qualificado é possível estabelecer uma diagnóstico.
Diagnóstico de Autismo
Para diagnóstico de autismo, os pais devem buscar um neuropediatra ou psiquiatra infantil conhecido em portugal como pedopsiquiatra.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Neurologia o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista na infância é realizado através da observação clínica com base nos sinais e sintomas propostos pelo DSM 5.
Além disso, deve levar em consideração os sintomas associados como a auto e hetero-agressividade, ou seja comportamento agressivo para consigo mesmo e/ou para com terceiros, as crises de birra, a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade. Problemas de sono e autolesões também devem ser avaliados.
Os especialistas consideram que quanto antes seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhores serão os resultados em relação ao desenvolvimento da criança.
Por isso, mesmo que ainda não exista um diagnóstico de autismo fechado, na dúvida recomenda-se iniciar o tratamento para desenvolver as habilidades da criança e evitar a consolidação de determinados comportamentos.
Tratamento para o autismo
O tratamento do TEA consiste em terapias que visam potencializar o desenvolvimento da criança.
De acordo com a evidência científica, a terapia de Análise do Comportamento Aplicada (do inglês ABA – Applied Behavior Analysis) é a que mais benefício apresenta para pessoas com autismo.
A ABA utiliza técnicas, de forma intensiva e sistemática, para ensinar novas habilidades à criança autista. O objetivo da terapia é ampliar o repertório comportamental da criança, melhorar as interações e a comunicação, além de reduzir os comportamentos inadequados.
Além da ABA, o tratamento do TEA inclui terapias auxiliares, como fonoterapia ou terapia da fala e terapia ocupacional.
Medicação
Alguns pacientes com TEA podem precisar de medicação de acordo com a avaliação do médico neurologista ou mesmo de outros problemas que a criança com autismo possa ter.
Pode ser necessário, por exemplo, quando há agressividade e agitação, dificuldades de sono ou ainda TDAH associado.
Entre os medicamentos prescritos estão a risperidona, o aripiprazol, além de metilfenidato no caso de TDAH.
É importante ressaltar que a medicação é individualizada, definida estritamente pelo médico que acompanha a criança, de acordo com a idade e a condição de cada paciente.
Referências
Associação Psiquiátrica Americana.. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ( 5 ª ed . ) Arlington, VA: . American Psychiatric Publishing (2013)
Mascotti, Thais De Souza, et al. “Estudos brasileiros em intervenção com indivíduos com transtorno do espectro autista: revisão sistemática.” Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia 12.1 (2019): 107-124.
Masini E, Loi E, Vega-Benedetti AF, Carta M, Doneddu G, Fadda R, Zavattari P. An Overview of the Main Genetic, Epigenetic and Environmental Factors Involved in Autism Spectrum Disorder Focusing on Synaptic Activity. Int J Mol Sci. 2020 Nov 5;21(21):8290. doi: 10.3390/ijms21218290. PMID: 33167418; PMCID: PMC7663950.
Steffen, Bruna Freitas, et al. “Diagnóstico precoce de autismo: uma revisão literária.” Revista saúde multidisciplinar 6.2 (2019).