Infarto agudo do miocárdio: o que é, causas, sintomas e tratamento

Sumário

O infarto agudo do miocárdio, popularmente conhecido como “ataque cardíaco”, é a morte de uma área do músculo cardíaco (miocárdio) por falta de irrigação sanguínea. 

 

Isto geralmente acontece em  consequência da obstrução de uma das artérias que irrigam o músculo cardíaco.  A causa é a formação de um trombo (coágulo) a partir de uma placa ateromatosa (placa de gordura). 

 

Assim, com essa obstrução, ocorre a isquemia. Trata-se da privação ou chegada insuficiente de fluxo sanguíneo e, consequentemente, de oxigênio a qualquer tecido e, neste caso,  ao miocárdio.

 

A lesão causada pode ser reversível ou não reversível.

O prognóstico depende da gravidade da obstrução, bem como do tempo de duração da privação de fluxo sanguíneo.

Geralmente,  6h após o início da falta de oxigenação, inicia-se o processo de morte celular (necrose) do tecido.

 

Segundo dados do Ministério da Saúde, o infarto do miocárdio é a maior causa de  morte no país. 

 

 Estima-se que, no Brasil, haja cerca de 300 a 400 mil casos de infarto por ano e 1 óbito a cada 5 a 7 casos.

 

Foto de um coração para ilustrar a explicação do infarto, quando o coração sofre privação de oxigênio por alguma obstrução nas artéria.
Infarto: quanto  menos o músculo cardíaco sofrer privação melhor a qualidade de vida pós  ataque cardíaco. Foto de Ali Hajiluyi/Unsplash

 

Fatores de risco para o infarto agudo do miocárdio

 

O infarto do miocárdio pode atingir pessoas de qualquer idade.

Contudo, é mais frequente em pessoas com mais de 40 anos e, geralmente, homens são mais atingidos do que mulheres.

Além disso, diabéticos e hipertensos são mais suscetíveis a serem acometidos pelo infarto do miocárdio (estima-se que possuem de 2 a 4 vezes mais chances de

desenvolver infarto do que pessoas saudáveis).

 

Os principais fatores de risco para o infarto do miocárdio são:

  • Tabagismo
  • Sedentarismo
  • Má alimentação
  • Estresse
  • Colesterol alto

 

Sintomas do infarto

Transpiração profusa – suor intenso e em várias partes do corpo

Pulso fraco e rápido

Dor intensa no peito – essa dor pode irradiar para o pescoço, costas, braço esquerdo e braço direito

Palidez

 

É importante ressaltar porém que em 10 a 15% dos pacientes, o início é assintomático e silencioso. 

 

Neste caso, só é possível identificar o infarto apenas pelo eletrocardiograma e alterações nos exames laboratoriais.

 

Em idosos, o principal sintoma costuma ser a falta de ar.

 

É  importante estar atento aos sintomas e procurar uma emergência o mais rápido possível.  

 

Como já mencionado, o prognóstico varia de acordo com a gravidade e o tempo de duração da privação de fluxo sanguíneo. 

 

Mesmo antes de chegar ao hospital, se suspeitar que está tendo um infarto, sugere.se  mastigar  um comprimido de aspirina, caso não seja alérgico 

 

O objetivo é, em caso de coágulo  na artéria  do coração,  ajudar a diminuir o tamanho do mesmo e aumentar  desta forma as chances de sobrevivência. 

 

Diagnóstico do infarto

Além do eletrocardiograma, alguns exames laboratoriais são solicitados com o intuito de auxiliar no diagnóstico do infarto.

 

Os exames laboratoriais mais solicitados nesse caso são:

 

Troponinas I e TSão proteínas localizadas no tecido cardíaco e têm por função regular a contração do músculo cardíaco.

 

Em caso de infarto, a concentração dessas proteínas no sangue tende a subir de 2-4h após o início do infarto. 

 

Atinge o pico depois de 48h e costuma retornar aos valores normais entre 7-10 dias depois do início do infarto.

 

Proteína Cinase fração MB (CK-MB) – Também é uma proteína encontrada no tecido cardíaco e em alguns outros tecidos. 

A concentração dessa proteína costuma subir após 2-4h do início do infarto, atingindo o pico em até 24h e retorna aos valores normais após 72h.

 É um exame sensível (capaz de detectar o aumento logo no início do episódio), porém não é específico para lesão no músculo cardíaco, visto que essa proteína também está presente em outros tecidos.

 

Além de auxiliar no diagnóstico, a dosagem sérica (no sangue) dessas proteínas também permite acompanhar a evolução da doença, bem como o sucesso do tratamento.

 

Tratamento do infarto

Ao chegar na unidade de saúde,  após o diagnóstico, o paciente que sofreu infarto passará por diversas intervenções. 

 

Elas têm por objetivo, conforme cada caso, reverter as lesões, evitar complicações e dar ao paciente condições de voltar, na medida do possível, à normalidade.

 

O tratamento para infarto do miocárdio  objetiva restaurar o fluxo sanguíneo na artéria afetada e  deve se iniciar o mais rápido possível. 

 

De maneira geral, usa-se medicamentos que impeçam a formação de coágulos (como a aspirina e o clopidogrel), medicamentos que aliviam a dor e diminuem a ansiedade (nitroglicerina e a morfina) e o esforço do músculo cardíaco.

 

De acordo com o caso, também pode-se fazer necessário procedimentos mais invasivos como angioplastia ou cirurgia de revascularização do miocárdio, a chamada ponte de safena.

 

Se não houverem maiores complicações, o internamento hospitalar dura cerca de 5 dias, após a desobstrução da artéria.

Neste período o paciente fica em estado de observação médica e em repouso.  Além disso  é acompanhado pela equipa de enfermagem e cumpre terapêutica medicamentosa.

 

Complicações do infarto

Alguns pacientes podem apresentar algumas complicações decorrentes do infarto. Tudo vai depender  do local onde a artéria coronariana foi bloqueada e do tempo de bloqueio. Algumas complicações:

 

Disfunção contrátil – A função contrátil do miocárdio pode ficar comprometida. Isso pode acabar evoluindo para edema pulmonar, com dificuldade respiratória.

 

Arritmias – Distúrbio do ritmo cardíaco devido a lesão do sistema elétrico do coração. Em alguns casos  pós infarto, pode ser fatal.

 

Ruptura do miocárdio – O enfraquecimento causado pela isquemia, pode causar a ruptura da parede ventricular, podendo levar à morte muito

rapidamente.

 

Pericardite – Inflamação da membrana que envolve o coração.

 

Extensão da área do infarto – Uma nova necrose (morte celular) pode ocorrer na área adjacente à área infartada.

 

Expansão da área do infarto – Ocorre uma dilatação da área infartada (ela aumenta de tamanho).

 

Aneurisma ventricular – A cicatrização do tecido lesionado no momento do infarto pode causar insuficiência cardíaca e arritmias. É a complicação mais

comum.

 

A vida pós infarto

Após um infarto, quanto menor for o dano ao músculo cardíaco, mais chances a pessoa tem de voltar a ter uma vida plena. 

 

Depois de ter  alta hospitalar, a pessoa passa a ter acompanhamento médico com cardiologista e adota medidas preventivas para evitar um novo ataque cardíaco. 

Tais medidas  incluem medicação e alterações no estilo de vida.

As alterações no estilo de vida visam controle da pressão arterial, da glicemia para quem tem diabetes, cessar os hábitos tabágicos para quem é fumante ou fumador. 

 

Inclui ainda  alguma atividade física sob recomendação médica  e com orientação profissional para quem é sedentário, redução do estresse e adoção de hábitos alimentares mais saudáveis. 

De acordo com a avaliação médica, poderá ser indicado também um programa de reabilitação cardíaca.

 

Em uma semana, caso não haja complicações, é possível voltar a dirigir.  Algumas semanas após o infarto  é possível para a maioria dos pacientes voltar a ter uma vida sexual normal.

 

Vale ressaltar que as chances de ter um segundo infarto, após ter o primeiro são maiores. Por isso é importante ter  acompanhamento médico, seguir a terapêutica recomendada e,  sobretudo,  realizar as mudanças no estilo de vida.

 

REFERÊNCIAS

GOVERNO FEDERAL.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Infarto Agudo do Miocárdio.

Acessado em 15 de mar de 2023. Disponível em:

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/i/infarto

REV. ASSOC. MED. BRA. Infarto Agudo do Miocárdio – Síndrome Coronariana

Aguda com Supradesnível do Segmento ST. 2004. Acessado em 15 de mar de

  1. Disponível

em:https://www.scielo.br/j/ramb/a/kKY84ZFgn3Jjx8Dv9dMsh8p/?format=pdf&lang=pt

Robbins & Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças, 8ª ed.,

Elsevier/Medicina Nacionais, Rio de Janeiro, 2010.

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