Autismo: o que é, sinais e tratamento

Sumário

O autismo, mais precisamente o Transtorno do Espectro do autismo (TEA) é uma condição que afeta o neurodesenvolvimento humano. 

 

De acordo com a quinta edição do  Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DMS-5)  pessoas com TEA têm dificuldades de interação social e  comunicação além de  comportamentos restritos e repetitivos.

 

Os critérios de diagnóstico do DSM 5 consideram que o TEA pode  variar  entre  leve, moderado e  severo.  Tal divisão leva em consideração  o  nível de dependência de um indivíduo com autismo em relação às atividades de vida diária. 

 

A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que 1% da população mundial estaria no espectro autista. Esta estimativa porém é de 2010. 

 

a foto mostra uma criança, a intenção e ilustrar um texto sobre autismo, cujos sintomas podem ser percebidos nos primeiros três anos
Os sinais de autismo podem ser percebidos nos primeiros três anos de vida- Foto: Alicja por Pixabay.

 

Causas do Autismo

Considera-se que TEA seja uma condição causada maioritariamente por fatores genéticos, o que significa dizer que uma pessoa já nasce com a condição.  

Alguns estudiosos afirmam que algumas condições ambientais, associadas a fatores genéticos, podem  se configurar como fatores de risco. Entretanto não há um  consenso a esse respeito.

 

Há cura para o autismo?

Muitas pessoas se perguntam se o autismo é curável. Na verdade, a medicina não considera que existe cura para o autismo, mas  existem tratamentos complementares para melhorar o desenvolvimento e a funcionalidade de pessoas com TEA.

 

Sintomas ou sinais de autismo

 Os sintomas do autismo podem ser percebidos ainda na infância, nos primeiros três anos de vida.  Apesar disso,  muitas pessoas com autismo considerado leve são diagnosticadas tardiamente seja na adolescência ou até mesmo quando adultos. 

 

Dificuldade Sociais e de Comunicação

Dificuldade para estabelecer

conversa

Dificuldade para iniciar interação

social

Dificuldade em demonstrar emoções

Prefere ficar sozinho

Pouco contato visual

Linguagem corporal pobre

Pouca expressão facial

Não entende linguagem corporal ou

facial

Dificuldade para entender ironia ou

piadas.

 

Interesses restritos e repetitivos

Estereotipias motoras (envolvem repetição de movimentos)

Alinhar objetos

Ecolalia – reprodução repetitiva de palavras, sílabas ou frases

Sofrimento extremo frente às mudanças

Dificuldade com transições

Padrões rígidos de pensamento

Interesse extremo ou restrito a um assunto

Rituais de saudação

Necessidade de fazer o mesmo caminho

Hipo ou hiperreatividade a estímulos sensoriais

 Cheirar ou tocar objetos

Apego incomum a determinado objeto

Recusa de determinados alimentos 

 

É importante ressaltar que as pessoas dentro do espectro autista não terão todos os sintomas. 

Além disso, outras pessoas, mesmo não sendo autistas podem apresentar alguns dos sinais relacionados.

Em razão disso, somente através da avaliação de um profissional qualificado é possível estabelecer uma diagnóstico.

 

Diagnóstico de Autismo

Para diagnóstico de autismo, os pais devem buscar um neuropediatra ou psiquiatra infantil conhecido em portugal como pedopsiquiatra. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Neurologia o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista na infância   é realizado através da observação clínica com base nos sinais e sintomas propostos pelo DSM 5.

Além disso, deve levar em consideração os sintomas associados como a auto e hetero-agressividade, ou seja comportamento agressivo para consigo mesmo e/ou para com terceiros, as crises de birra, a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade. Problemas de sono e autolesões também devem ser avaliados.

 

Os especialistas consideram que quanto antes seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhores serão os resultados em relação ao desenvolvimento da criança. 

 

Por isso,  mesmo que ainda não exista um diagnóstico de autismo fechado, na dúvida recomenda-se iniciar o tratamento para desenvolver as habilidades da criança e evitar a consolidação de determinados comportamentos.

 

Tratamento para o autismo

O tratamento do TEA  consiste em terapias que visam potencializar o desenvolvimento da criança.

De acordo com a evidência científica, a terapia de Análise do Comportamento Aplicada (do inglês  ABA – Applied Behavior Analysis) é  a que mais benefício apresenta para pessoas com autismo. 

A ABA utiliza técnicas,  de forma intensiva e sistemática,  para ensinar novas habilidades à criança autista. O objetivo da terapia é ampliar o repertório comportamental da criança, melhorar as interações e a comunicação, além de reduzir os comportamentos inadequados.

 Além da ABA, o tratamento do TEA  inclui terapias auxiliares, como fonoterapia ou terapia da fala e terapia ocupacional. 

 

Medicação

Alguns pacientes com TEA podem precisar de medicação de acordo com a avaliação do médico neurologista ou mesmo de outros problemas que a criança com autismo possa ter.

Pode ser necessário, por exemplo, quando há agressividade e agitação, dificuldades de sono ou ainda TDAH associado. 

Entre os medicamentos prescritos  estão a  risperidona,  o aripiprazol,   além de metilfenidato no caso de TDAH. 

É importante ressaltar que a medicação é individualizada, definida estritamente pelo médico que acompanha a criança,  de acordo com a idade e a condição de cada paciente.

 

Referências

Associação Psiquiátrica Americana.. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ( 5 ª ed . )  Arlington, VA: . American Psychiatric Publishing (2013)

Mascotti, Thais De Souza, et al. “Estudos brasileiros em intervenção com indivíduos com transtorno do espectro autista: revisão sistemática.” Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia 12.1 (2019): 107-124.

Masini E, Loi E, Vega-Benedetti AF, Carta M, Doneddu G, Fadda R, Zavattari P. An Overview of the Main Genetic, Epigenetic and Environmental Factors Involved in Autism Spectrum Disorder Focusing on Synaptic Activity. Int J Mol Sci. 2020 Nov 5;21(21):8290. doi: 10.3390/ijms21218290. PMID: 33167418; PMCID: PMC7663950.

Steffen, Bruna Freitas, et al. “Diagnóstico precoce de autismo: uma revisão literária.” Revista saúde multidisciplinar 6.2 (2019).

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