Conhecido como check-up, os exames de rotina são importantes para avaliação da saúde de indivíduos aparentemente saudáveis e assintomáticos.
O termo check-up significa “conferir”. Portanto, o objetivo dessa prática é conferir a saúde de maneira geral.
O check-up engloba exames que permitem avaliar a função de vários órgãos, detectar doenças que já se instalaram, mas que ainda não se manifestaram
clinicamente (com sintomas), e avaliar o risco do desenvolvimento de outras doenças.
Assim, é possível que o médico, quando for o caso, inicie o tratamento adequado, oriente o paciente em relação a hábitos que melhoram a saúde e faça todas as
intervenções necessárias para a promoção de saúde.
Os exames solicitados no check-up podem variar um pouco conforme a idade, histórico do paciente (se já possui doenças como hipertensão ou diabetes, por
exemplo), histórico familiar e estilo de vida.
Contudo, de maneira geral, o check-up segue o mesmo padrão:
Exames de sangue
Papanicolau para as mulheres e de próstata para os homens
Mamografia, exames de urina e fezes,
Aferição da pressão arterial, além dos exames de imagem como mamografia e ecocardiograma.
Nesse artigo, vamos nos ater aos exames laboratoriais.
Quais exames laboratoriais são solicitados no check-up?
1) Hemograma:
O hemograma é um exame que permite avaliar as três séries que compõem o sangue: série vermelha (eritrócitos, também conhecidos por
hemácias ou glóbulos vermelhos), série branca (leucócitos ou glóbulos brancos) e plaquetária (plaquetas).
A análise do hemograma permite avaliar diversas desordens como: anemias, leucemias, infecções, inflamações, alergias e policitemia.
Para a realização do exame, não é necessário fazer jejum, porém é importante manter a hidratação.
Também é desejável que o paciente não realize exercícios físicos intensos antes da coleta para o exame.
O exame é feito em laboratório, por meio da coleta de sangue venoso na região oposta a do cotovelo, na “dobrinha do braço”, mais especificamente na
veia da fossa antecubital.
2) Glicemia em jejum
Dosa a concentração de glicose no sangue. A partir dessa, informação, é possível avaliar a função de dois hormônios importantes para o
metabolismo: insulina e glucagon.
Quando há hiperglicemia, há aumento (além dos valores de referência) da concentração de glicose no sangue. Pode se manifestar, se estiver muito elevada, por meio de aumento da frequência urinária, visão turva, sede, cansaço, dormência (principalmente nas pernas).
Se não tratada, a hiperglicemia pode evoluir para diabetes. Já a hipoglicemia, que é a baixa concentração de glicose no sangue,
costuma se apresentar acompanhada dos seguintes sintomas: ansiedade, confusão, tontura, tremor, suor e náusea.
A hipoglicemia ocorre quando o corpo demanda mais glicose do que aquela quantidade que está disponibilizada na circulação sanguínea. Isso pode
acontecer devido a produção excessiva de insulina e deficiência na produção de glucagon. Também é comum acontecer depois da prática de exercícios
físicos intensos.
Para realizar o exame, é necessário que o paciente fique em jejum por pelo menos 8h. Também não é indicada a prática de exercícios físicos intensos no
dia da coleta.
O exame é feito em laboratório, por meio da coleta de sangue venoso na região oposta a do cotovelo, na “dobrinha do braço”, mais especificamente na
veia da fossa antecubital.
3) Lipidograma
Tem por objetivo avaliar e dosar as seguintes taxas: colesterol total, triglicérides, HDL, VLDL e LDL e o colesterol não-HDL.
A avaliação dessas taxas permite obter informações quanto ao risco do desenvolvimento de diversas doenças, principalmente as cardiovasculares,
como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), doença arterial periférica e hipertensão arterial.
Hoje em dia, para a realização deste exame, recomenda-se a flexibilização do jejum. Portanto, o jejum deixa de ser obrigatório, mas deve ser informado se houve ou
não jejum.
Alguns dias antes da realização do exame, o paciente deve manter sua dieta habitual, sem realizar grandes modificações. Além disso, deve-se evitar o
consumo de bebidas alcoólicas pelo menos por 72h antes da coleta para o exame.
O exame é feito em laboratório, por meio da coleta de sangue venoso na região oposta a do cotovelo, na “dobrinha do braço”, mais especificamente na
veia da fossa antecubital.
4) Ureia e creatinina
Ambos são utilizados principalmente com a finalidade de avaliar a função renal.
Ureia e creatinina elevadas podem ser indicativo de disfunção renal, auxiliando no diagnóstico de diversas doenças: insuficiência renal aguda e
crônica, glomerulonefrite crônica, uropatia obstrutiva, dentre outras.
É indicado jejum de pelo menos 3h. O exame é feito em laboratório, por meio da coleta de sangue venoso na região oposta a do cotovelo, na “dobrinha do braço”, mais especificamente na veia da fossa antecubital.
5) TGO e TGP
São enzimas presentes nos tecidos, sobretudo coração, músculo e fígado. A TGP é mais abundante no fígado do que em outros tecidos.
Apesar de também se apresentarem alteradas em outras doenças, geralmente TGO e TGP são solicitadas em conjunto com o objetivo de avaliar a função hepática. Podem auxiliar no diagnóstico de cirrose, esteatose, popularmente conhecida como “gordura no fígado”, hepatites virais, hepatites medicamentosas e tumores no fígado.
Para a realização do exame é necessário jejum de 4h. O exame é feito em laboratório, por meio da coleta de sangue venoso na região oposta a do cotovelo, na “dobrinha do braço”, mais especificamente na veia da fossa antecubital.
6) TSH e T4
Ambos são hormônios e suas dosagens permitem avaliar a função da tireoide. Dessa forma, alterações em suas concentrações são indicativos
de desordens relacionadas à tireóide, como hipertireoidismo e hipotireoidismo ou tumor na hipófise.
Também tem importância no monitoramento de pacientes com hipertireoidismo. Para a realização do exame é necessário jejum de 4h e deve ser feito
preferencialmente pela manhã, que é o horário em que as concentrações dos hormônios não foram alteradas de acordo com as demandas do dia.
O exame é feito em laboratório, por meio da coleta de sangue venoso na região oposta a do cotovelo, na “dobrinha do braço”, mais especificamente na
veia da fossa antecubital.
7) Sumário de urina:
O sumário de urina envolve a realização de alguns testes para detectar presença de compostos químicos e possibilita a pesquisa de
achados que podem indicar diversas desordens, principalmente aquelas relacionadas ao trato urinário.
Alterações identificadas no sumário de urina podem ser indicativo de infecção urinária bacteriana, lesão renal, hemorragias, disfunções hepáticas e
desordens sistêmicas, como a diabetes, por exemplo.
Além disso, a coleta da urina pode ser feita em casa. Deve ser feita logo pela manhã, coletando a primeira urina do dia. O paciente deve descartar o primeiro jato
de urina e fazer a coleta do jato médio.
8) Parasitológico de fezes
Consiste na pesquisa de ovos e larvas de parasitos intestinais nas fezes.
Através desse exame é possível auxiliar no diagnósticos de doenças como amebíase, ancilostomíase, enterobíase, esquistossomose (barriga d’água),
teníase, ascaridíase, dentre outras.
Mas atenção: colete as fezes em urinol ou diretamente em recipiente apropriado e estéril.
Isto porque amostras excretadas no solo ou no vaso sanitário podem ter contaminantes. Por isso não devem ser utilizadas para exames.
Quem pode solicitar os exames para check-up?
O profissional habilitado para a solicitação de exames com a finalidade de fazer o check-up é o médico.
Geralmente, quem solicita é o médico clínico geral ou médico
de outra especialidade que já acompanha o paciente.
Com qual frequência fazer o check-up?
Para indivíduos saudáveis, é recomendável a realização do check-up ao menos uma vez no ano.
Por outro lado, se o paciente já possui idade avançada ou alguma outra doença, deve avaliar junto ao médico.
Pode-se fazer necessário, de acordo com cada caso, a realização do check-up em um intervalo de tempo menor.
REFERÊNCIAS:
GOVERNO FEDERAL. Ministério da Saúde. Check-up médico. Acesso em 17 de mar de 2023. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/check-up-medico/
Utilização dos testes de função tireoidiana na prática clínica. 07 de mar de
2013.Acesso em 17 de mar de 2023. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/abem/a/JqTcnpnPXyQvhktfFkTS3Cx/?lang=pt&format=pdf
ACADEMIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO.
Doenças que alteram os exames bioquímicos. Dez de 2007. Acesso em 17 de
mar de 2023. Disponível em:
https://www.academia.edu/39005913/Doen%C3%A7as_que_alteram_os_exames_bi
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