O hemograma é um exame laboratorial que avalia os componentes sanguíneos, permitindo, a partir dessa análise, identificar anormalidades e auxiliar no diagnóstico doenças como anemias, leucemias, infecções e alergias.
É um dos exames mais solicitados pelos médicos. Faz parte dos exames de rotina para avaliação das condições de saúde e monitoramento da progressão ou remissão das doenças por fornecer muitas informações. Além disso, é de baixo custo e simples de ser coletado.
Mais conhecido como exame de sangue, o hemograma é feito a partir de uma amostra de sangue venoso. A coleta é feita preferencialmente no braço, na região da dobra do cotovelo (fossa cubital).
Componentes do sangue
Para entendermos melhor o hemograma e o que este exame avalia, é importante entendermos alguns conceitos sobre o sangue. O sangue é um tecido conjuntivo e, dentre outras funções, é responsável por levar nutrientes e oxigênio a outros tecidos.
Ele pode ser dividido em duas partes: líquida e celular. A parte líquida, também conhecida como “plasma”, é composta por água, proteínas e sais. Já a parte celular é subdividida em glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.
Um organismo saudável é capaz de produzir e destruir células do sangue, de modo que as quantidade se mantenham dentro de um limiar ou limite ideal para o equilíbrio do organismo.
Entretanto, alguns fatores podem contribuir para o desequilíbrio, aumentando a produção ou a destruição de alguns tipos celulares, apontando, assim, alguma anormalidade.
Sendo assim, a contagem das células e análise dos demais componentes sanguíneos, fornecidos pelo Hemograma, trazem informações importantes sobre a saúde do indivíduo.
É importante ressaltar que o médico deve avaliar o exame de sangue , pois além dos valores apresentados será preciso considerar a história clínica bem como os sintomas e sinais que a pessoa apresenta.
Como se divide o Hemograma
Geralmente, o laudo do hemograma vem dividido em três partes: eritrograma, leucograma e plaquetograma.
Eritrograma
Avalia a série vermelha do sangue, ou seja, os eritrócitos ou hemácias. A análise dessa série auxilia no diagnóstico de anemias.
Além da contagem de hemácias, há a avaliação de alguns índices que são importantes para o diagnóstico de doenças, principalmente anemias.
VG: Valores de hematócrito – calculado em porcentagem, define o volume de todas as hemácias de uma amostra sobre o volume total desta amostra.
Hb: Hemoglobina – é uma proteína que se encontra no interior dos eritrócitos. É responsável por transportar o oxigênio.
VCM: avalia o tamanho das hemácias e é útil na classificação das anemias.
CHCM: avalia a concentração de hemoglobina dentro das hemácias e também é útil para classificação das anemias.
RDW: indica a variação do tamanho das células.
Leucograma
Avalia a série branca, ou seja, glóbulos brancos (leucócitos). Os leucócitos são as células de defesa do organismo. Geralmente, anormalidades indicadas na análise dessa série podem sugerir infecções, alergias e até mesmo leucemia. Os leucócitos são subdivididos em:
Neutrófilos: Tipo bastante abundante e muito eficaz no combate a bactérias. Um aumento no número de neutrófilos pode indicar infecção bacteriana.
Linfócitos: Estão associadas geralmente ao combate a vírus, tumores e produção de anticorpos. Seu aumento pode indicar infecção viral, leucemia e rejeição a transplante.
Monócitos: São pouco específicos – atuam contra vírus e bactérias e indicam uma infecção de maneira geral. Deve ser analisada em conjunto com os outros tipos celulares.
Eosinófilos: Atuam no combate a parasitas e alergias. Em caso de aumento do número de eosinófilos, pode ser o caso de parasitose ou alergias. Outros parâmetros devem ser analisados em conjunto.
Basófilos: Geralmente estão associadas à inflamação crônica ou alergias prolongadas.
Plaquetograma
Avalia a quantidade e morfologia das plaquetas, que, apesar de erroneamente serem chamadas de células, são fragmentos de megacariócitos (tipo celular encontrado na medula óssea).
As plaquetas estão relacionadas aos processos de coagulação sanguínea. Contudo, alterações no número e morfologia das plaquetas podem estar associadas não só a doenças ligadas à coagulação, mas também várias outras como: leucemia, infecções, anemias, leucemias e doenças autoimunes.
Os valores de referência, ou seja, os valores desejáveis para um indivíduo saudável pode variar de acordo com a idade, sexo e pode variar um pouco de um laboratório para o outro.
Recomendações antes de realizar o Hemograma
Pelo menos 48h antes de realizar o hemograma, é recomendado que atividades físicas, bebidas alcoólicas e grandes esforços sejam evitados. Observe a prescrição médica.
Se o médico solicitou apenas o hemograma, não é necessário fazer jejum. Entretanto, é importante ler atentamente pois se houve pedido de glicemia, será necessário o jejum. Para evitar alterações no resultado de preferência, a pessoa que fará o exame deve estar bem hidratada. Beber agua não interfere no jejum.
Sobre o autor: Andressa Santana é biomédica analista clínica, formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz – Bahia.
