O hábito de usar continuamente megahair prejudica o couro cabeludo e a longo prazo pode causar alopecia de tração. O alerta é da médica cirurgiã plástica e especialista em medicina capilar, Dra. Patrícia Marques.
A alopecia de tração é uma condição em que a tração repetitiva nos cabelos pode levar à queda permanente dos fios.
A aplicação frequente de megahair pode causar esse tipo de alopecia, principalmente se os cabelos estiverem fracos ou danificados.
Por isso, segundo a especialista, é importante ter cuidados específicos com os cabelos antes, durante e depois da aplicação de extensões capilares para evitar danos e preservar a saúde dos fios.
A médica explica que esse dano é lento e progressivo. “Mesmo com manutenções frequentes, uma pessoa que usa megahair por anos tem um alto risco de desenvolver alopecia de tração com áreas de rarefação capilar”. afirma”.
Para minimizar esse risco de calvície pela tração, a especialista afirma que deve haver um intervalo entre o uso. “Lembrando que quanto mais pesado e quanto mais tempo a pessoa permanecer com o aplique, a tração vai ser maior e o prejuízo para o cabelo também”, diz.
O intervalo recomendado entre as trocas de apliques e megahair varia de acordo com o tipo de método utilizado e as condições do cabelo e couro cabeludo de cada pessoa. No entanto, geralmente é recomendado esperar de 2 a 6 semanas antes de refazer as extensões capilares para evitar alopecia de tração.
Praticidade
A estudante angolana Lurdes Cafeca conta que já se ressente dos danos causados pela prática constante do megahair.
E cada vez que retira as tranças, percebe que os fios naturais se quebram e saem junto com o aplique.
“Já tenho alguns pontos que faltam cabelo, na região próxima das têmporas e na nuca”, afirmou.
Apesar dos danos causados ao cabelo, a estudante prefere usar o aplique ao cabelo natural. Ela conta que usa variados tipos de apliques por uma questão de beleza e praticidade, uma vez não precisa arrumar o cabelo cada vez que precisa sair.
No seu caso, os intervalos entre uma aplicação e outra são de cerca de uma a duas semanas.
Para minimizar a quebra dos fios, a angolana conta que recentemente investiu em um produto à base de maconha (cannabis sativa). Sua expectativa é de que na próxima troca de aplique, os fios não se quebrem tanto.
Etnia negra é mais sensível ao uso megahair
De acordo com Patrícia Marques, é importante compreender que pessoas de origem negra, possuem cabelos mais sensíveis a químicas, altas temperaturas e a tração.
Por isso, os cabelos crespos necessitam de cuidados e atenção especiais. Ela ressalta, por exemplo, que se uma mulher negra e uma mulher asiática usarem o mesmo tipo de megahair, a negra terá maior probabilidade de desenvolver alopecia de tração. Isso ocorre devido às características genéticas e anatômicas dos fios de cabelo.
Os apliques que utilizam cola para fixação e solvente para remoção também inspiram cuidados. Segundo Dra Patrícia, eles podem desencadear reações alérgicas e até dermatites de contato.
A médica sugere métodos onde a tração fica mais distribuída e o prejuízo aos fios é menor. É o caso dos apliques tic tac, que são móveis e podem ser aplicados e retirados pela própria pessoa.
Uma dica importante da especialista: não compartilhe qualquer tipo de aplique. Entretanto, se o fizer é importante ter um cuidado em higienizar antes de usar. É que por ficar em uma região quente e abafada, o aplique pode ter bactérias e fungos. Logo, há um risco evidente de contaminação para a outra pessoa.